Raul Pompéia
De infância rica e reclusa, teve experiências em colégio interno, onde recebeu influências para escrever O Ateneu. Publicou seu primeiro livro ainda bem jovem, que muito aclamado pela crítica da época. Mais tarde estudou Direito, colaborando também com jornais e revistas.
Amarelo, desespero
Vermelho, guerra
Obras Principais:
· Uma Tragédia no Amazonas (1880) - seu 1º romance
· As Jóias da Coroa (1888) - antimonarquista, é publicado sob a forma de folhetins na Gazeta de Notícias
· Canções sem Metro (1900) - poesia
Sua obra de maior importância é O Ateneu, que tem algum caráter autobiográfico e garantiu ao autor lugar entre os maiores romancistas brasileiros. Nas passagens a seguir, note a linguagem rebuscada que o autor usa.
"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta."
"Falavam do incendiário. Imóvel! Contavam que não se achava a senhora. Imóvel! A própria senhora com quem ele contava para o jardim de crianças! Dor veneranda! Indiferença suprema dos sofrimentos excepcionais! Majestade inerte do cedro fulminado! Ele pertencia ao monopólio da mágoa. O Ateneu devastado! O seu trabalho perdido, a conquista inapreciável de seus esforços!... Em paz!... Não era um homem aquilo; era um de profundis."
O Ateneu
Aluísio de Azevedo
Tem por formação o desenho e a pintura, só mais tarde torna-se escritor profissional. Envolveu-se na política maranhense, fundou jornais e publicou o primeiro livro naturalista brasileiro, O Mulato, que foi muito mal recebido em sua província natal
O que se segue são passagens de suas obras mais famosas e importantes, as naturalistas O Mulato, O Cortiço e Casa de Pensão.
"Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado."
O Cortiço
"Sua pequena testa, curta e sem espinhas, margeada de cabelos crescendo, não denunciava o que naquela cabeça havia de voluptuoso e ruim. Seu todo acanhado, fraco e modesto, não deixava transparecer a brutalidade daquele temperamento cálido e desensofrido."
Casa de Pensão
"Então, fechou novamente os olhos estremecendo, esticou o corpo - e uma palavra doce esvoaçou-lhe nos lábios entreabertos, como um fraco e lamentoso apelo de criança: - Mamãe!... E morreu."
Obras Principais:
· Uma Lágrima de Mulher (1879), O Mulato (1881), Memórias de um Condenado (1882), Mistério da Tijuca (1882),
Casa de Pensão (1884), Filomena Borges (1884), O Coruja (1885), O Homem (1887),
O Cortiço (1890), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895) - romances
· Demônios (1893) e Pegadas (1897) - contos
· A Flor de Lis (1882), Casa de Orates (1882), Fritzmac (1889), Os Doidos (1879), O Esqueleto (1890), A República (1890), Um Caso de Adultério (1891), Em Flagrante (1891), Venenos que Curam (1886), O Caboclo (1886) - teatro
· O Touro Negro (1898) – crônica
Domingos Olímpio
Escritor naturalista, foi um dos poucos e um dos últimos de sua escola. Formado em Direito, voltou ao Ceará para exercer o jornalismo como abolicionista e republicano. Forçado pela situação política (era político de oposição) mudou-se para o Pará.
Luzia-Homem tematiza a violência e o sadismo que florescem como literatura naturalista. Há nuances de Romantismo na morosidade da descrição das paisagens, onde a natureza, às vezes, é madrasta principalmente por causa da seca. Explora a duplicidade da personagem principal, ela é bonita, gentil e retirante da seca, mas também tem força descomunal.
"Sob os músculos poderosos de Luzia-Homem estava a mulher tímida e frágil, afogada no sofrimento que não transbordava em pranto, e só irradiava , em chispas fulvas, nos grandes olhos de luminosa treva."
"Raulino recuou, cortado de terror, ante o cadáver; e, num turbilhão de cólera, rugiu arrepiado, apertando os dentes, e, com uns gestos, que eram crispações medonhas de fera, esquadrinhou o terreno, buscando e rebuscando o criminoso."
trechos de Luzia-Homem
Obras Principais:
· Luzia-Homem (1903)
· O Almorante (Anais, Rio, 1904-06)
Postado por: Daniel Freitas Carneiro