quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pré - Modernismo

  O que se convencionou chamar de Pré-Modernismo não foi propriamente uma escola literária.
  Não houve manifesto em jornais nem grupo de autores em torno de uma proposta una ou de um ideário. O nome, com o tempo, passou a designar a produção literária do Brasil nas duas primeiras décadas do século XX.
  Duas tendências básicas podem ser notadas entre os autores da época:

  a) Conservadora – Percebida na produção poética de Olavo Bilac (e de todos os outros parnasianos) e de Cruz e Sousa, representante da estética simbolista. A poesia é elaborada
dentro dos moldes de perfeição, obediente a normas e presa a temas alheios à realidade brasileira.

  b) Inovadora – Presente nas obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato. As várias realidades do Brasil são expostas, e o leitor começa a perceber que vive em um país de contrastes. A linguagem pomposa e artificial começa a perder terreno para uma expressão mais simples, fiel à fala cotidiana. Nesse aspecto, Lima Barreto é o legítimo representante das classes iletradas.


Monteiro Lobato. Autor de 'Cidades Mortas', dentre outras obras literárias.
  Referências históricas:
• Bahia - Rev. de Canudos;
• Nordeste - Ciclo do Cangaço;
• Ceará - milagres de Padre Cícero gerando clima de histeria fanático-religiosa;
• Amazônia - Ciclo da Borracha;
• Rio de Janeiro - Revolta da Chibata (1910);
• Revolta contra a vacina obrigatória (varíola) - Oswaldo Cruz;
• República do café-com-leite (grandes proprietários rurais);
• Imigrantes, notadamente os italianos;
• Surto de urbanização de SP - greves gerais de operários (1917);
• Contrastes da realidade brasileira - Sudeste em prosperidade e Nordeste na miséria;
• Europa prepara-se para a 1ª GM - tempo de incertezas;
  Características:
  Na prosa, tem-se Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima Barreto e Monteiro Lobato que se posicionam diante dos problemas sociais e culturais, criticando o Brasil arcaico e negando o academicismo dominante.


Euclides da Cunha. Um dos maiores nomes do Pré - Modernismo Brasileiro.






Postado por Nícolas S. Conceição.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Simbolismo

O Simbolismo data do final do século XIX e surge também na França, primeiramente na pintura (com o nome de Impressionismo) e depois na Literatura,  com "Flores do Mal" de Baudelaire (1870). Além de Baudelaire, poetas franceses como Mallarmé, Verlaine, Paul Valéry, etc, contagiam toda a Europa com seus poemas simbolistas.


O Simbolismo é originário da França e se iniciou com a publicação de As Flores do Mal, de Baudelaire, em 1857.


- Simbolismo X Realismo
Como já se pode perceber, o Simbolismo surge em reação à objetividade, ao materialismo e ao detalhismo do Realismo. Embora seja tão obediente à Versificação quanto o parnasiano, o simbolista caminha em direções opostas às do realista: o simbolista é subjetivo, espiritualista e, ao invés de descrever minuciosamente o referente, procura apenas sugeri-lo ao receptor através de uma linguagem simbólica (conotativa), repleta de elementos sensoriais (palavras que representam cores, sons, perfumes, etc) que ao invés de esclarecer o que é o referente, indefine-o (mascara-o). Para Mallarmé, "o gozo do poema é feito da felicidade de adivinhar pouco a pouco. Sugerir o mundo, eis o ideal".

- Simbolismo e Romantismo

 As raízes do Simbolismo estão no Romantismo, por trazer de volta temas e características importantes do Romantismo, porém com profundidade:
. a subjetividade: o romântico deseja atingir as emoções do receptor; além das emoções, o simbolista quer mais da subjetividade do receptor: pretende atingir sua criatividade, sua inteligência, enfim, sua "ALMA".
. o espiritualismo: o simbolista acredita na eternidade da alma;
. a descrição superficial  do referente: na obra romântica, o referente é caracterizado superficialmente através de uma linguagem conotativa e de fácil decodificação; na obra simbolista, o referente é caracterizado superficialmente através de uma linguagem conotativa, simbólica, que ao invés de definir (esclarecer), indefine o referente para o receptor.




Postado por  Nícolas S. Conceição

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Modernismo

Primeira Fase (1922-1930)

Caracteriza-se por ser uma tentativa de definir e marcar posições. Período rico em manifestos e revistas de vida efêmera.





Nacionalismo em suas múltiplas facetas





Volta às origens e valorização do índio verdadeiramente brasileira.
“Língua brasileira” – falada pelo povo nas ruas.


Principais autores desta fase: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.


Segunda Fase (1930-1945)

O universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos homens, o “estar no mundo”.



  Perspectiva única para enfrentar os tempos difíceis é a união, as soluções coletivas – ” O presente é tão grande, ano nos afastemos, / Ano nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.” (Carlos Drummond de Andrade – Mãos dadas)


Os principais autores são: Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Érico Veríssimo.

Terceira Fase (1945-1978)

O regionalismo adquire uma nova dimensão com Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.

Principais autores (Ledo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geraldo Vidigal, Domingos Carvalho da Silva, Geir de Campos e Darcy Damasceno). No fim dos anos 40, surge um poeta singular, pois não está filiado esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto.

Vídeo demonstrativo
http://www.youtube.com/watch?v=Siv_pR5GDb4&feature=related


Links Relacionados
http://scardomi.wordpress.com/2008/08/27/modernismo-no-brasil/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil

Parnasianismo







Vista do Rio de Janeiro, tomada de Santa Tereza. Jorge Grim  1883.




Por esta imagem de Van Gogh, intitulada Noite, o professor pode contextualizá-la ao poema A FLORESTA de Augusto dos Anjos,que mescla elementos do Parnasianismo e do Simbolismo. A obra do autor é marcada pelo rigor da forma e pela temática permeada pelo pessimismo e idéias sombrias. O poeta morreu jovem, aos 30 anos, em novembro de 1914.




                                                      Olavo Bilac (1865/1918)

Formação em Medicina, o menino Bilac teve sua infância povoada de histórias de batalhas e hinos militares, pois seu pai participara da Guerra do Paraguai. Após 1888, com a publicação de Poesias, passa a dedicar-se ao jornalismo e à literatura.


Via Láctea - Soneto XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" Eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."




                                                  Alberto de Oliveira (1857/1937)

Formação em medicina, mantém profunda amizade com Olavo Bilac e Raimundo Correia. É um dos sócios fundadores da ABL, sendo também eleito Príncipe dos Poetas após a morte de Bilac.

Vaso Grego
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois. Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

                     


                                           Raimundo Correia (1860/1911)
Formação em Advocacia, lecionou em quase toda a vida. Tem seu livro Sinfonias (1883), completamente parnasiano, publicado com prefácio de Machado de Assis. Também é sócio fundador da ABL.


As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas,
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No Azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais. ..



                                  
                              Vicente de Carvalho (1860/1911)


Profissão de Fé
Le poète est ciseleur.
Le ciseleur est poète.


Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.

Que outro — não eu! a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.

Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.

Invejo ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O oníx prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-!he ao corpo a ampla roupage
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina.
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever — tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir. Deusa serena.
Serena Forma!
(...)

Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos infiéis!...

Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!

Que minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu tique só contigo
Contigo só!

Vive! que eu viverei, servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.

Celebrarei o teu ofício
No altar: porém,
Se ainda é pequeno o sacritício,
Morra eu também!

Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em pro! do Estilo!
Rio de Janeiro, junho de 1886








quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Romantismo

 


- Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.  


INDIANISTA




O índio como grande herói nacional

NACIONALISTA



Exaltação à natureza e à pátria
Nacionalismo ; Ufanismo
Influência direta na Independência do Brasil (1822)
RELIGIOSIDADE



Sentimentalismo


- Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Os poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.

Ultrarromantismo ou Mal do Século

Ultrassentimentalismo - Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.





Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo.




Se eu morresse amanhã!


Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!


Álvares de Azevedo

Terceira geração

A terceira geração é também conhecida como “O condoreirismo”, os poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo assim a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca, inspirado nos princípios de Victor Hugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há retratado em seus poemas o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.  

  • 1888 - Abolição da Escravatura
Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre liberdade, questões sociais, o abolicionismo.






A prosa romântica no Brasil




É possível agrupar os romances românticos do Brasil a partir da temática de cada um deles. Formam-se inicialmente dois grandes grupos, abordando diferentemente a corte e a província, a partir dos quais podem ser feitas algumas subdivisões:



Romance urbano

Ambientado na corte, o romance urbano caracteriza-se pela crônica de costumes, retratando a vida social da época. A pequena burguesia é apresentada sem grande aprofundamento psicológico, visto que a sociedade brasileira, ainda pouco urbanizada, não propicia análises de suas relações sociais pouco variadas. Cenas de saraus, bailes, passeios ao campo, etc. alternam-se com complicações de caráter social e moral, como casamentos, namoros, bisbilhotices, etc.
São romances urbanos: A Moreninha, O Moço Loiro, A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo; Memórias de umSargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida; Diva, Lucíola, Senhora, A Pata da Gazela, Cinco Minutos e A Viuvinha, de José de Alencar.



Romance regionalista


O ambiente rústico, rural é focalizado. A atração pelo pitoresco leva o escrito romântico a pôr em evidência tipos humanos que vivem afastados do meio citadino. Isso observamos nos livros: O Cabeleira, de Franklin Távora; O Sertanejo, de José de Alencar; O Garimpeiro, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; Inocência, de Visconde de Taunay.



Romance histórico


Está ligado, pelo assunto, ao romance de “capa e espada”; revela o gosto pelo suspense e a ênfase à vingança punitiva. Há uma volta ao passado histórico, medieval. Apesar da influência estrangeira, pouco a pouco o romancista volta-se para a reconstituição do clima nacional; procura ser fiel aos hábitos, instituições e modus vivendi.



Romance indianista


O romancista procura valorizar as nossas origens. Há a transformação das personagens em heróis, que apresentam traços do caráter do bom selvagem: valentia, nobreza, brio. Essa tendência do romance romântico encontramos nas obras: O Guarani, Iracema e Ubirajara, de José de Alencar








 Links para aprofundamento do assunto:

http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/romantismo-no-brasil.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_no_Brasil
http://pt.shvoong.com/books/1625692-prosa-rom%C3%A2ntica-brasil/


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Realismo e Naturalismo

                                 Raul Pompéia

De infância rica e reclusa, teve experiências em colégio interno, onde recebeu influências para escrever O Ateneu. Publicou seu primeiro livro ainda bem jovem, que muito aclamado pela crítica da época. Mais tarde estudou Direito, colaborando também com jornais e revistas.



                       Amarelo, desespero



                    Vermelho, guerra

Obras Principais:
·         Uma Tragédia no Amazonas (1880) - seu 1º romance
·         O Ateneu (1888)
·         As Jóias da Coroa (1888) - antimonarquista, é publicado sob a forma de folhetins na Gazeta de Notícias
·         Canções sem Metro (1900) - poesia
Sua obra de maior importância é O Ateneu, que tem algum caráter autobiográfico e garantiu ao autor lugar entre os maiores romancistas brasileiros. Nas passagens a seguir, note a linguagem rebuscada que o autor usa.

"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta."

"Falavam do incendiário. Imóvel! Contavam que não se achava a senhora. Imóvel! A própria senhora com quem ele contava para o jardim de crianças! Dor veneranda! Indiferença suprema dos sofrimentos excepcionais! Majestade inerte do cedro fulminado! Ele pertencia ao monopólio da mágoa. O Ateneu devastado! O seu trabalho perdido, a conquista inapreciável de seus esforços!... Em paz!... Não era um homem aquilo; era um de profundis."
                                                                                               O Ateneu

Aluísio de Azevedo

Tem por formação o desenho e a pintura, só mais tarde torna-se escritor profissional. Envolveu-se na política maranhense, fundou jornais e publicou o primeiro livro naturalista brasileiro, O Mulato, que foi muito mal recebido em sua província natal
O que se segue são passagens de suas obras mais famosas e importantes, as naturalistas O Mulato, O Cortiço e Casa de Pensão.
"Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado."                                                                                  
                                                                                                                  O Cortiço

"Sua pequena testa, curta e sem espinhas, margeada de cabelos crescendo, não denunciava o que naquela cabeça havia de voluptuoso e ruim. Seu todo acanhado, fraco e modesto, não deixava transparecer a brutalidade daquele temperamento cálido e desensofrido."
                                                                                                             Casa de Pensão
"Então, fechou novamente os olhos estremecendo, esticou o corpo - e uma palavra doce esvoaçou-lhe nos lábios entreabertos, como um fraco e lamentoso apelo de criança: - Mamãe!... E morreu."
                                                                                                              Casa de Pensão   
Obras Principais:
·         Uma Lágrima de Mulher (1879), O Mulato (1881), Memórias de um Condenado (1882), Mistério da Tijuca (1882), Casa de Pensão (1884), Filomena Borges (1884), O Coruja (1885), O Homem (1887), O Cortiço (1890), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895) - romances
·         Demônios (1893) e Pegadas (1897) - contos
·         A Flor de Lis (1882), Casa de Orates (1882), Fritzmac (1889), Os Doidos (1879), O Esqueleto (1890), A República (1890), Um Caso de Adultério (1891), Em Flagrante (1891), Venenos que Curam (1886), O Caboclo (1886) - teatro
·         O Touro Negro (1898) – crônica

 

 

Domingos Olímpio



Escritor naturalista, foi um dos poucos e um dos últimos de sua escola. Formado em Direito, voltou ao Ceará para exercer o jornalismo como abolicionista e republicano. Forçado pela situação política (era político de oposição) mudou-se para o Pará.
Luzia-Homem tematiza a violência e o sadismo que florescem como literatura naturalista. Há nuances de Romantismo na morosidade da descrição das paisagens, onde a natureza, às vezes, é madrasta principalmente por causa da seca. Explora a duplicidade da personagem principal, ela é bonita, gentil e retirante da seca, mas também tem força descomunal.



"Sob os músculos poderosos de Luzia-Homem estava a mulher tímida e frágil, afogada no sofrimento que não transbordava em pranto, e só irradiava , em chispas fulvas, nos grandes olhos de luminosa treva."
"Raulino recuou, cortado de terror, ante o cadáver; e, num turbilhão de cólera, rugiu arrepiado, apertando os dentes, e, com uns gestos, que eram crispações medonhas de fera, esquadrinhou o terreno, buscando e rebuscando o criminoso."
            

                                                                                            trechos de Luzia-Homem

Obras Principais:

·         Luzia-Homem (1903)
·         O Almorante (Anais, Rio, 1904-06)



Postado por: Daniel Freitas Carneiro


- Arcadismo -

   – Contexto Histórico
• Superação dos conflitos religiosos
• Fé e religião são substituídas pela razão e ciência
• Século da Luzes: Iluminismo
• Rosseau: “O Bom Selvagem”
• Montesquieu: “Os Três Poderes”
• Voltaire: ataca o clero e a monarquia de direito divino
• Dúvida, pessimismo, negação do homem e mortificação da carne : Otimismo
• Portugal: período de grande prosperidade (ouro e vinícolas)
• Marquês de Pombal expulsa os jesuítas do Brasil e Portugal e estimula a divulgação das idéias
científicas da época
• Revolução Francesa e Inconfidência Mineira
“A arte que professamos tem a beleza por objetivo; é nossa missão descobrí-la e expressá-la; mas
a beleza que procuramos é geral e intelectual; é uma idéia que subsiste apenas na mente; a vista
nunca a contemplou nem a mão a expressou; é uma idéia que reside no seio do artista, que ele
está sempre esforçando-se por transmitir, morrendo finalmente, sem o conseguir; mas que, no
entretanto, enquanto vive, é capaz de comunicar de modo a elevar o pensamento e ampliar os
horizontes do espectador.” (Reynolds)
“ O poeta que não seguir aos Antigos perderá de todo o norte, e não poderá alcançar aquela força,
energia e majestade que nos retratam o famoso e angélico semblante da Natureza. Devemos
imitar e seguir os Antigos: assim no-lo ensina Horácio, no-lo dita a razão; e o confessa todo o
mundo literário.” (Correia Garção)
“Nesse novo estado, tendo uma vida simples e solitária, necessidades muito limitadas e os
instrumentos que haviam inventado para satisfazê-las, os homens, desfrutando um grande lazer,
empregaram-no para obter vários tipos de comodidades desconhecidas de seus pais; e foi esse o
primeiro jugo que impensadamente se impuseram e a primeira fonte de males que prepararam
para seus descendentes, pois, além de continuarem assim a enfraquecer o corpo e o espírito, ao
se habituarem com essas comodidades, estas perderam quase todo o atrativo e ao mesmo tempo
degeneraram em verdadeiras necessidades. Assim, a privação delas tornou-se mais cruel do que
doce era a sua posse, e sentiam-se infelizes por perde-las, sem serem felizes por possuí-las.”
(Rosseau)
A Revolução Francesa é o conjunto de acontecimentos que entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799.
   – Características
• Oposição ao Barroco: estilo simples; contenção e equilíbrio;
• Universalismo: impessoalidade;
• Neoplatonismo: amor ideal;
• Sobriedade: elevação, sentido didático;
• Equilíbrio: harmonia;
• Rigor técnico: disciplina estética: perfeição formal;
• Reaproveitamento da mitologia greco-romana;
• Convencionalismo: superficialidade, afetação;
• Natureza convencional e estática;
• ordem direta da frase
• versos brancos, aproximando a poesia da prosa
• Mimesis: imitação da natureza – arte voltada para o Bem, Belo e Perfeição
• o poeta árcade é um pintor de situações, não de emoções.


   – Motivos Clássicos
• FUGERE URBEM: fuja da cidade
• LOCUS AMOENUS: lugar tranqüilo
• AUREA MEDIOCRITAS: busca do equilíbrio
• INUTILIA TRUNCAT: acabe-se com as inutilidades
• CARPE DIEM: aproveite o dia
Conseqüências:
• Fingimento Poético: afetação da vida no campo; pseudônimos: nomes latinos ou
inventados - burguês que escreve com se fosse um pastor.
• Bucolismo: não resulta num descritivismo realista da natureza, mas uma outra
convenção, também imitada dos clássicos antigos: o lugar ameno, o cenário suave,
delicado e aprazível, perfeito em sua artificialidade de jardim.
• a felicidade e a beleza só são possíveis na tranqüilidade do campo.

Exemplo de Bucolismo no Século XVIII.


   – Manoel du Bocage
1. Lírica Árcade de Bocage
• Convencionalismo: modelos e regras clássicos;
• Artificialismo: fingimento poético;
• Temas clássicos e imagens mitológicas;


2. Lírica pré-romântica
• Transição do clássico para o romântico: conflito RAZÃO X SENTIMENTO;
• Expressão emotiva - imposição do EU : sofrimento moral;
• Pessimismo: fatalismo, morbidez;
• Morte: presença constante, fantasma;
• Atmosfera fúnebre: poesia noturna, “LOCUS HORRENDUS”;
• Contradição: blasfêmia x contrição, revolta x arrependimento;
• Importante: O que impede que classifiquemos Bocage como romântico é a permanência de
forma e postura clássica em sua obra.


3. Obra Satírica
• Popularíssima: faz parte do anedotário popular;
• Tom de Escárnio e Maldizer: lembra cantigas medievais;
• Linguagem direta: baixo calão, obscenidade;
• Temática comum: preconceito de cor; crítica da vaidade; presunção de superioridade; critica
aos poetas e a poesia de sua época e sátira à igreja, à monarquia e a sociedade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Barroco






Fazendo uma ponte com a atualidade, que é o objetivo deste blog, encontramos um ilustríssimo músico, que em uma de suas canções faz o uso desse movimento. Chico Buarque de Holanda em Outros Sonhos. Veja algumas fotos de um vídeo que se encontra no youtube (acesse o link)

 


 " Sonhei que a 
neve fervia" 






"Sonhei que o 
fadgadogo gelou"


  
Com a Análise destas imagens, você percebe e entende melhor as características do barroco!
Perceba que estas estão permeadas de contradições.

  Igreja de São Francisco, Salvador.
Exemplo de Arquitetura barroca.

Links relacionados:

http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/barroco-no-brasil.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_no_Brasil
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